sexta-feira, 25 de setembro de 2009

BREVE

Estamos em fase de reestruturação.
Em breve retomaremos os posts.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

MUDANÇA DE DIA

O grupo de estudos começará a se reunir às quartas-feiras, das 17h00 às 19h00.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Discussão - reunião de 30/06

Antes tarde do que nunca, vou colocar nesse post algumas questões discutidas na última reunião do grupo, no dia 30/06, sobre o texto "Das tecnologias da democracia para as tecnologias da colaboração", do prof. Massimo Di Felice.

Vou escrever isso de uma maneira meio caótica e bastante informal, de acordo com o que eu anotei e conforme a memória for trazendo. Lembrando sempre que todos estão convidados a construir esse hipertexto, e que o post continua sendo escrito por meio dos comentários. Considero esse blog mais do que um registro fechado das nossas reuniões - ele é a continuação do espaço de discussão.

O físico como virtual
Falando a respeito da percepção da comunicação como espaço envolvente (alguém se lembra qual era a referência?), acabamos discutindo um pouco o virtual, e a sua relação com a realidade, ou melhor, com o espaço físico. Um dos ensejos dessa pauta era um projeto inovador de alguns estudantes do MIT, que criaram um dispositivo para projetar, sobre paredes, superfícies, objetos e até mesmo sobre o próprio corpo, interfaces que permitiam a interação imediata do mundo físico com a rede. Para não opor o virtual ao real, estávamos traçando uma distinção entre o virtual e a fisicalidade, quando chegamos a um ponto de vista interessante: também o mundo físico pode ser entendido como algo virtual, uma vez que ambos são informação codificada - seja códigos binários e algoritmos, seja códigos genéticos e estruturas moleculares. Esta informação, em ambos os casos, deve ser por nós decodificada para que nos chegue aos sentidos e esteja acessível à nossa cognição: no caso do virtual, a interface opera parte dessa decodificação; no caso do mundo físico, vibrações sonoras, ondas eletromagnéticas, substâncias químicas e arranjos de moléculas são traduzidos por nosso corpo em estímulos sensoriais de luz, cor, formas, cheiros, sabores e texturas, que se tornam, mais uma vez, informação co e decodificada pelo cérebro.

Creio que para aprofundarmos um pouco mais este argumento, seria interessante trazer à discussão Vilém Flusser, no livro "O mundo codificado".

A mídia enquanto contexto
Fazendo novamente a ponte entre a biologia e a comunicação, discutimos também a capacidade da vida de se auto-organizar de acordo com um contexto, que envolve elementos vivos, orgânicos, mas também elementos inorgânicos, compondo ecossistemas (não consigo me lembrar se chegamos a alguma conceituação de ecossistema). Analogamente, não seria a mídia um dos elementos desse contexto, condicionando a auto-organização da vida, ou das sociedades? Ou, se entendermos o mundo, físico ou virtual, como informação, seria a mídia o elemento intersticial, já que condiciona o fluxo e as relações entre essas informações? Esta reflexão nos trouxe também a referência de J. Meyrowitz, que analisa como a mídia pode alterar a situação social.


Opinião pública: mídias de massa X mídias digitais
Debatemos um pouco sobre as diferenças dos processos de formação da opinião pública na mídia de massa e nas mídias digitais. Para organizar o pensamento, transcreverei abaixo um trecho do texto que fala exatamente sobre as três competências da mídia de massa na formação da opinião:


"A primeira está ligada à capacidade de atrair a atenção sobre temáticas e eventos que se tornam objeto de discussão e de opinião e, portanto, à capacidade de fornecer visibilidade.

A segunda competência é aquela que J. Lazar define como função de sondeur d'opinion, isto é, aquela de intérprete da própria opinião pública, autoproclamando-se "a voz do povo", difundindo orientações e direções como se fossem coletivas ou gerais.

Enfim, a terceira competência específica da mídia de massa deve ser encontrada no duplo papel que ela exerce de criadora e de veículo de difusão das opiniões, sendo, concomitantemente, caixa de ressonância e articuladora de conteúdos". (Di Felice, pg 31)


As mídias digitais subvertem esse modelo. Em primeiro lugar, a capacidade de agendar as dicussões e definir os temas de interesse (Agenda Setting) não é mais exclusividade das mídias de massa, mas está ao alcance de qualquer usuário da rede, que pode se comunicar diretamente com outros usuários sem o filtro do veículo. A segunda e a terceira competências também não se encaixam na rede, uma vez que os usuários têm a sua própria voz, e os outros usuários têm acesso direto a ela, sem intérpretes.


Surgiu também uma dúvida a respeito da mensuração de opinião na rede. Como poderia ser feito? Como já vem sendo feito? Cabe, talvez, uma pesquisa sobre as empresas que vêm atualmente se especializando nisso.



Passividade do receptor
Discutimos também o grau de passividade do receptor na relação com a mídia eletrônica e com a mídia digital. Tivemos um pouco de dificuldade para delimitarmos o que é essa passividade e em que níveis ela se encontra. Tentarei sintetizar da seguinte maneira:


- Na recepção: aqui, abordamos a passividade em relação ao nível da mensagem. Concluímos que não pode haver uma recepção totalmente passiva, como sugeriam as teorias da agulha hipodérmica e como temiam os frankfurtianos, uma vez que a construção da mensagem sempre passa pelo background cultural daquele que a recebe. Existe sempre uma interpretação e uma decodificação operada pelo receptor, garantindo a sua atividade mesmo nas situações em que ela é menos requisitada.


Debatendo um pouco sobre propaganda e persuasão, refletimos também que a condição da recepção ativa promove uma adaptação do meio de comunicação ao receptor, num mecanismo de feedback. O meio se adequa ao contexto e aos códigos daquele que deseja persuadir, a fim de aumentar a eficácia da mensagem.


- Na interação: a relação e a interação com a mídia pode ser de natureza mais ou menos passiva. A televisão, por exemplo, exige do receptor muito pouca atividade, e também oferece níveis reduzidos de interatividade. A rede, por sua vez, já pela natureza das interfaces exige um nível muito maior de atividade do usuário, que, desde o momento de ligar o computador e rodar o browser, a todo instante é chamado a fazer escolhas. Se não me engano, Pierre Lèvy possui reflexões interessantes sobre o grau de interatividade das mídias, no livro Cybercultura.


- Na produção: a rede oferece a todos os seus usuários a possibilidade de ser produtor e emissor de conteúdo, e não apenas consumidor e receptor, dissolvendo estes dois "papéis" no processo de comunicação. Entretanto, foi levantada a questão do volume de produção comparado ao volume de consumo: não seria o segundo, ainda, muito maior? É possível pensar num sistema onde a produção seja maior que o consumo? Poderia haver uma produção excessiva na rede? Do ponto de vista da produção, ainda é possível se relacionar de maneira "passiva" com a rede. Porém, trouxemos também o ponto de vista de Pierre Lèvy sobre a leitura-escrita que, deixando de opor as duas coisas e apresentando-as como um processo único, se contrapõe à questão por nós colocada. É da natureza do hipertexto a construção ativa mesmo no processo de leitura, por meio dos hiperlinks e dos inúmeros percursos de leitura possíveis. A leitura do hipertexto, portanto, poderia ser considerada também uma escrita, uma vez que pressupõe um processo ativo de construção do texto baseado nas escolhas do usuário.

Gente, acho q era só isso que eu tinha anotado e que eu me lembro até agora. Gostaria de pedir a todos que contribuam com comentários, referências e com questões que eu possa ter esquecido. Sugiro também que, a partir dos pontos colocados no post anterior, a gente comece a construir os verbetes, primeiramente baseados nesse texto que lemos, e aos poucos agregando as contribuições dos outros textos. Eu me disponho a pegar o seguinte bloco:

- Participação e demofobia

- Massa/ multidão/ público

- Mills: massas X opiniões (pg 40) - o que muda com a rede?

O que acham?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Reunião de 30/06 - Pontos

Pessoal, gostaria de destacar alguns pontos e conceitos para discutirmos na reunião de hoje, sobre o texto do Massimo: "Das tecnologias da democracia para as tecnologias da colaboração".

- Arquiteturas comunicativas

- Mídia e percepção

- Emissor/ receptor


- Sociedade do espetáculo/ política do espetáculo

- Mídia e esfera pública

- Opinião pública, democracia e consenso

- Mídia: agenda setting e sondeur d'opinion


- Participação e demofobia

- Massa/ multidão/ público

- Mills: massas X opiniões (pg 40) - o que muda com a rede?


- O fim da modernidade para Vattimo

- O papel não-instrumental dos meios

- Transorganicidade das interações na rede


- Territórios; pós-territórios; meta-territórios

- Ambientes físicos e ambientes midiáticos


- Diferenças entre a política analógica e em rede

- Democracia de massa X redes colaborativas: processos de tomada de decisão

- Sociedade a código aberto

quinta-feira, 18 de junho de 2009

CALENDÁRIO 2009 - 2010

JUNHO
30/06 - DI FELICE, Massimo, (org.) Do publico para as redes, S. Paulo, 2008, Difusão editora - Capitulo 1 "Das tecnologias da democracia para as tecnologias da colaboração" - encerramento da discussão.

JULHO
Preparar leituras assinaladas abaixo a serem discutidas nas datas indicadas. Sugestão de leitura complementar sobre história dos meios de comunicação: Burke, P. & Briggs, A. História social da mídia. Ed. Jorge Zahar.

AGOSTO
04/08 - [Leitura de férias] Capitulo "Rizoma" de Mil Platôs (Deleuze/Guattari) - (arquivo digital enviado)
18/08 - [Leitura de férias] Livro Os meios de comunicaçao como extensões do homem (Marshall Mcluhan) - com ênfase no capítulo "O meio é a mensagem"

SETEMBRO
01/09 - A Pele da Cultura (Derrick De Kerckhove) - xerox na pasta na ECA
15/09 - A Era da Informaçao (Manuel Castells) - capitulos: "Prólogo: A Rede e o Ser"; "1. A Revolução da Tecnologia da Informação" (vol.I - A sociedade em Rede), Conclusão do vol.III (arquivo digital enviado) (complementar: texto já lido de Andrea Miconi do livro Do Público para as Redes).
29/09 - Textos complementares sobre redes: Raquel Recuero, Bruno Latour (ingles) (enviados)

OUTUBRO
13/10 - Paisagens Pós-Urbanas (Massimo) - Lançamento em 18/setembro
27/10 - Paisagens Pós-Urbanas (Massimo)

NOVEMBRO
10/11 - O que é o virtual (Pierre Lévy)
24/11 - a definir

DEZEMBRO
08/12 - a definir

JANEIRO
leitura de férias - a definir

FEVEREIRO
reinício das reuniões